O proxenetismo da saúde em Portugal
A saúde em Portugal nunca esteve tão mal. Os sucessivos governos de PS e PSD não só não garantiram esse fundamental direito (devidamente constitucionalizado), como tudo fizeram e fazem para destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS), em favorecimento de uma execrável negociata imposta por meia dúzia de amigos privados, que tanto promovem o proxenetismo dos cuidados de saúde em Portugal.
Agora, o actual governo PSD/CDS quer afundar ainda mais a qualidade dos serviços de saúde prestados pelo SNS e entregar numa bandeja, a exploração do negócio aos referidos amigos do sector privado. Vejam que até se lembraram de privatizar Unidades de Saúde Familiar (vulgo, Centros de Saúde). Esta violenta agressão ao SNS constitui o início do descalabro total da saúde em Portugal.
Ontem, ministra da saúde e suas secretárias deram uma conferência de imprensa verdadeiramente inacreditável. Num país onde imperasse a democracia, o estado de direito e o respeito pela constituição, aquelas tias pindéricas teriam sido detidas na hora, tal as criminosas afirmações que proferiram.
Mais à noitinha, no Telejornal da RTP1, esteve a secretária de estado da saúde, uma tal de Ana Povo, a corroborar todas as medidas criminosas que esteve governo quer implementar no SNS. E para justificar que a privatização dos Centros de Saúde faz sentido chegou mesmo a proferir insanidades como “os médicos, sobretudo os mais jovens não querem trabalhar todos os dias [os dias normais de trabalho], nem querem estar sujeitos a horários completos”, mas querem ganhar mais dinheiro do que aquele que o SNS paga, logo a solução é privatizar, porque os privados têm uma varinha mágica que faz dinheiro. É só dizer quanto se quer, que ele aparece. Essa varinha mágica chama-se “governos corruptos do PSD/CDS e do PS”, o famigerado “Bloco Central” que (des)governa Portugal desde o 25 de Abril.
Para quem ainda acha que PS e PSD não são duas nádegas do mesmo traseiro fedorento, basta atentar na escolha do actual governo (PSD/CDS) para a administração da ULS Almada-Seixal – o “socialista” Seguro Sanches. O governo PS de António Costa também havia escolhido o “social-democrata” Miguel Frasquilho para a administração da TAP. Estão a ver, como eles se entendem muito bem?
Depois de ver Ana Povo na televisão pública a dissertar sobre como se deve espoliar o povo, só me apeteceu apresentar uma queixa. Mas logo perdi a vontade, ao constatar que a queixuda é ela.