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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

O sanico (pouco frugal) da Sanna e a insanidade social

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O sanico de Sanna Marin foi um dos temas da semana. O vídeo que mostra a Primeira-ministra finlandesa a “festejar” efusivamente num evento privado e, segundo consta, entre amigos tornou-se viral e correu o mundo. O estado eufórico de Sanna é de tal forma genuíno, que deixa qualquer um a pensar qual será o motivo que deixa a Primeira-ministra de um país que sente a sua existência ameaçada pelo vizinho de leste em tamanha boa disposição.

Talvez ela tenha recebido uma chamada da Kamala Harris que, entre um pifo e outro pifo, lhe terá prometido um qualquer futuro cargo internacional ou quiçá um papel em Hollywood, provavelmente a contracenar com o Zelensky.

Mas vamos ao que realmente interessa. Aquilo que verdadeiramente ganha importância neste caso é a reacção das pessoas perante aquelas imagens. A maioria das pessoas – os arrebanhados – apressam-se logo a dizer coisas do tipo: “a Sanna Marin também é um ser humano”, aliás, a própria Sanna usou esse argumento para se defender. Outros dizem que “ela ainda é jovem e tem o direito a divertir-se”, como se a diversão fosse um exclusivo de quem é jovem. Enfim, as insanidades do costume.

Realmente, só mesmo nas redes sociais é que se pode aprender que as pessoas famosas e com poder também são seres humanos. Como não uso redes sociais pensava que essas pessoas eram extraterrestres. E até há quem diga que a Sanna é uma mulher do outro mundo, por isso eu tinha todas as razões para achar que ela não era um comum mortal.

Vejamos, a Sanna tem o direito de apanhar uma tosga, snifar determinados tipos de poeiras (desde que legais) e de sacudir a sarda como bem entender? Claro que sim. Tem todo o direito a fazê-lo, desde que tenha a certeza que isso não se vai tornar público e circular por todo o mundo. Ser Primeira(o)-ministra(o) de um país não é uma profissão. Não se trata de uma função com um horário das 9h às 17h. Ser-se Primeira(o)-ministra(o) é um dos mais altos cargos do Estado, cujas funções não se interrompem desde a tomada de posse até ao final do mandato. Um(a) Primeiro(a)-ministro(a) tem o dever de recato e sobriedade, porque esse cargo - que é assumido de livre vontade – assim o exige. E logo os finlandeses que se consideram os “frugais” da Europa. Lá se vai a frugalidade. Quem não quiser estar sujeito a esses requisitos tem bom remédio. E quem não percebe o alcance das obrigações de um cargo desta natureza, ainda não percebeu nada de nada.

Uns poderão dizer que não foi ela que publicou o vídeo. Completamente irrelevante. Isso só demonstra que ela não tem o discernimento necessário para avaliar quais são as pessoas que são merecedoras da sua confiança. Ela tem a obrigação de antecipar e evitar este tipo de imbróglios. A não ser que os telemóveis daquelas pessoas tenham sido “hackeados” por Putin. Até nem sei como é que ainda ninguém se lembrou dessa. Se não consegue garantir que imagens desta natureza se vão tornar públicas, então tem o dever – enquanto Primeira-ministra - de não se embrenhar neste tipo de saraus.

Há algum tempo, situação com contornos semelhantes se passou com o eurodeputado Paulo Rangel, que também foi amplamente defendido pela mesma maralha, quando toda a gente viu as cenas ridículas que andou a fazer nas ruas de Bruxelas. Também nesse caso pouco importaria as vergonhas que Paulo Rangel andava a passar nas ruas de Bruxelas, não fosse ele um alto representante do Estado Português.

Mas a carneirada é assim. Está sempre pronta a defender as atitudes dessa ínfima quantidade de pessoas que detém o poder, “porque eles também são humanos”. Já em relação aos seus semelhantes (mais semelhantes) são os primeiros a apontar-lhes o dedo, por tudo e qualquer coisa. Veja-se por exemplo a atitude que muitas pessoas tiveram e ainda têm para com quem optou por não se vacinar contra a Covid-19 ou, mais recentemente, em relação a todos quantos decidiram continuar a usar a máscara. E, note-se, num caso ou noutro, nenhuma das situações interfere minimamente com a vida próximo. Aliás, no caso do uso da máscara, quem o faz está a proteger a si e aos outros. É um acto previdencial e até de respeito pelo próximo. E mesmo assim, a maralha que considera que a dona Sanna – que ocupa um alto cargo público - é um ser humano que tem o direito a divertir-se, é a mesma (na sua maioria) que se apressa a atirar pedras ao cidadão comum que usa uma simples máscara em locais onde não é obrigatório.

É a insanidade que grassa e que por vezes até tem graça. 

 

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