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Contrário

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"Os comentários estão desactivados"

Não vá um qualquer comentador desmontar as patranhas...

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Há já muitos meses que inúmeros órgãos de comunicação social deixaram de permitir que os seus leitores comentem as notícias e/ou opiniões neles publicadas.

Trata-se de um conceito muito específico de liberdade de expressão, aquele que esses órgãos de comunicação social defendem e põem em prática. Eles entendem que o seu direito à liberdade de expressão é algo muito especial e que se sobrepõe ao direito de liberdade de expressão e de opinião dos seus leitores.

Se é verdade que, por um lado, muitos comentadores aproveitavam o direito à opinião que lhes era concedido apenas para insultar o(s) autor(es) da(s) notícia(s) ou artigo(s) de opinião, por outro lado também é bem verdade que muitos outros usufruíam desse direito com total respeito e, sobretudo, com opiniões válidas, em termos do contributo que traziam para a discussão do respectivo assunto.

Ora, se a razão que levou à desactivação dos comentários fosse a falta de educação de alguns utilizadores/comentadores, a solução para o problema seria muito simples: bastaria apagar os comentários injuriosos e eventualmente o bloqueio desses utilizadores, ainda que esse tipo de comentários não trouxesse grande mal ao mundo. Contudo, como a decisão levada a cabo por uma grande maioria dos órgãos de comunicação social foi a de impedir todos os tipos de comentário (insultuosos ou não), só podemos concluir que esses órgãos de comunicação social não estão nada interessados em defender a liberdade de expressão (de opinião) dos outros, mas apenas a deles. Não estão nada interessados em que algum comentador bem mais esclarecido, mais honesto e mais competente do que aqueles que escrevem nas suas plataformas possam colocar em causa aquilo que estes debitam com toda aquela aparente autoridade na matéria.

A verdade é que, não raras vezes, alguns comentadores traziam factos interessantes para o debate e, muitas outras vezes, desmontavam por completo as mentirolas que alguns “profissionais” da comunicação social propagam diariamente nas tribunas mediáticas que lhes foram entregues por encomenda.

Saliente-se ainda que, durante muitos anos, ninguém ligou muito para a linguagem selvática e insultuosa que proliferava pelas caixas de comentário. Entretanto - coincidindo com a pandemia e a guerra na Ucrânia (apenas coincidência) - eis que surgiram ordens para “calar a malta”, porque a liberdade deles esgota-se na liberdade de audição e/ou leitura, na concordância com o que lhes é colocado à frente e, fundamentalmente na sua submissão.

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