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RAPIDINHA

Os filhos de Montenegro são “boys” muito precoces

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Deve ser genético. Os filhos de Luís Montenegro são extremamente precoces. Com apenas 19 e 23 anos de idade, os filhos de Luís Montenegro são os responsáveis pela condução das negociatas de uma empresa que serve grandes grupos económicos em Portugal. Portanto, dois chavalos – ainda em idade escolar (pelo menos um) – são aqueles que, segundo o seu paizinho querido, evitam que empresas como o grupo Solverde paguem milhões em multas. Quem sai aos seus não degenera, não é verdade?

Portanto, como ficou bem claro, são os filhos de 19 e 23 anos que vão gerir a empresa. Montenegro alega que os seus filhos não podem “ficar privados de seguir com a sua actividade profissional”. Dois putos que ainda recebem a mesada do papá vão agora gerir uma empresa com tamanhas responsabilidades. Acho que é melhor pôr os filhos do Montenegro no governo e recambiá-lo para a empresa que foi, é e continuará a ser dele.

Sejamos sérios, os filhos de Montenegro podem muito bem gerir a actividade da empresa, porque não há nenhuma actividade para gerir. A única coisa que há para fazer é receber as tão almejadas avenças e passar as respectivas facturas. Algo que se faz com muita facilidade e em qualquer momento, até mesmo no decorrer do cortejo da Queima das Fitas.

Ontem, Luís Montenegro disse (mais ou menos isto): “Voue retirar a minha mulher da impresa e colocá-la no nuome dos meus filhos”. Se mesmo assim não pararem de o chatear, muito provavelmente, Montenegro passará a empresa para o nome do cão.

E acrescentou (mais ou menos isto):

“Vuocês [portugueses] têm que cunfiare em minhe. Naum sou eue que tenho que ser transparente. Vuocês é que têm que cunfiare em minhe, porque eu sou muito honestinho. E mais honestinho que eue num há.” Isto é gente com berço e que provém de uma escola com créditos reconhecidos (talvez créditos do velho BPN). Já o chefe da máfia dizia que todos os outros teriam que nascer duas vezes, para serem tão honestos como ele.

Montenegro disse ainda que “Portugal está forte e recomenda-se”. Sim, sim. Portugal é, de facto um país muito recomendável para passarocos como Luís Montenegro, que nunca fizeram nada na vida. Cujo currículo está pejado de altos cargos em empresas fictícias e/ou detenção das mesmas, apenas para justificarem a entrada do dinheiro que sustenta as suas vidas mordomadas, até ao momento em que estarão na posição de ressarcir os “mecenas” que sustentam o seu percurso na político. O que não falta na política são padrinhos "Ângelos Correias" e afilhados "Passos Coelhos".

Reparem que esta gentalha vem sempre com a história de que os políticos são gente normal, que não podem ficar privados de seguir com as suas vidas profissionais, pessoais e familiares. Com mil raios, se a vida lhes corre tão bem, por que carga d’água se vão meter na política? Para arranjarem chatices? Ah, não. Eles vão para a política, porque têm uma enorme vocação para o serviço público e para servir os interesses do cidadão comum que, infelizmente, não teve a sorte de encontrar uns "mecenas" que lhes patrocinassem uma vida faustosa. Ah, claro, o cidadão comum também não nasceu com as mesmas capacidades com que nasceram os filhos de Luís Montenegro, que – supõe-se – enquanto estudavam para os testes de Físico-Química do 7.º ano, já ajudavam o papá a gerir as suas negociatas. E aprenderam rápido, como bem se poder ver agora.

Políticos e seus comentadores dizem que os políticos não podem ficar privados de ter uma vida profissional fora do exercício de funções públicas. Um perfeito disparate. Se fossem honestos defenderiam precisamente o contrário, ou seja, defenderiam que quem assume funções públicas não pode ter vida profissional privada que dependa e/ou beneficie de decisões do poder político, nem estar minimamente ligado a ela. Mas não, eles defendem que os políticos possam ter ou estar ligados a outras actividades na esfera privada, desde que haja uma desculpa esfarrapada para justificar que não há conflito de interesses. Ou então, quando não há desculpa esfarrapada que cole, faz-se como Montenegro fez ontem, quando garantiu que não irá interferir nos processos de decisão que possam comportar um conflito de interesses. Montenegro quer fazer os portugueses de estúpidos, alegando que ele próprio - enquanto Primeiro-ministro - fica estúpido, cego, surdo e mudo, quando o seu governo legisla em favorecimento da actividade empresarial de empresas que ele serve.

É estranho. Nunca se viu um político ser atacado por ter saído do seu gabinete ministerial e ter ido fazer pão, à noite, numa padaria qualquer. Nenhum deles foi acusado de trabalhar num call center ou de servir à mesa num restaurante aos fins-de-semana. E também nenhum foi apanhado a fazer uns biscates de pichelaria nas folgas. Todos eles estão ligados a grandes escritórios de advocacia, detidos pelos próprios e/ou por outros (altamente comprometidos com a elaboração das leis), ou ligados a empresas de consultadoria com grandes clientes e grandes avenças, ou ainda, ligados à banca, ou a qualquer outro grande grupo económico. Sempre em grande, de colarinho branco e muitas luvas.

Parece gente que vem de outro planeta, não parece? De tão especiais e diferentes que eles são, face à esmagadora maioria dos cidadãos. E ainda há quem acredite na suposta bondade e no abnegado espírito de serviço público que eles tanto apregoam ter. 

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