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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Sempre a apoiar o nazismo, o "nazionismo" e o genocídio. E sempre a regurgitar a propaganda de Washington. Coisinha repelente.

Para quem odeia invasões estão muito caladinhos

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A 24 de Fevereiro de 2022 aconteceu um dos maiores fenómenos sociais de que há memória – uma enorme massa de seres humanos insurgiu-se contra a invasão de países soberanos. A mesma massa de seres humanos que não soltou um único pio durante as últimas invasões, mesmo aquelas que ocorreram neste século (algumas ainda se mantêm), não aguentou a tamanha insanidade que é um país irromper as fronteiras de outro e gritou estridentemente para condenar esse facto. Aliás, ainda antes do dia 24 de Fevereiro, as massas já se insurgiam muito violentamente contra o facto de o exército russo encontrar-se muito próximo da fronteira da Ucrânia. Para essas massas, esse facto já era suficientemente perverso e digno de um veemente repúdio.

Ora, como aquilo que está para trás de 24 de Fevereiro de 2022 não interessa às massas, nem mesmo para figurar nos anais da história (certamente preferiram enfiar a história nos seus próprios anais), falemos então do presente. Falemos daquilo que se está a passar neste preciso momento.

Os Estados Unidos estão a operar missões militares ao largo do Haiti. A Guarda Costeira dos Estados Unidos (USCG) já enviou vários navios com capacidade bélica, que se encontram próximo das águas haitianas.

A situação no Haiti encontra-se caótica e tem vindo a piorar nos últimos dias. Há um verdadeiro clima de insurreição nas ruas de Porto Príncipe. Os manifestantes exigem a renúncia do Primeiro-ministro, Ariel Henry, que tomou posse em Julho do ano passado, poucos dias após o assassinato do Presidente do Haiti, Jovenel Moïse. O assassinato do Presidente haitiano gerou muita instabilidade no país, sendo que existem fortes suspeitas de que o assassinato foi orquestrado por Washington, que levou a cabo um golpe para colocar Ariel Henry no poder. Para quem tem memória de galinha, relembro que foi o próprio John Bolton (ex-conselheiro na Casa Branca) quem admitiu que, já em 2004, os EUA desencadearam um golpe de estado no Haiti, para destituir o Presidente Jean-Bertrand Aristid.

Tal como referi, os manifestantes haitianos exigem a saída de Ariel Henry (considerado pela população de ser um fantoche de Washington) e estão a bloquear a importação de combustíveis, provenientes dos EUA. A população haitiana recusa a ingerência do poder norte-americano na soberania do seu país.

Ora, o cenário no Haiti é exactamente igual ao que se verificou em inúmeras partes do globo (incluindo na Ucrânia, em 2014) e as mãos que orquestram a peça são as mesmas de sempre.

Só falta uma peça neste puzzle: a manifestação da massa de seres humanos que odeia invasões e intromissões em países soberanos. Essa massa de seres humanos – que pertencem ao clube das pessoas mais imaculadas do mundo – encontra-se muito caladinha. Parece que voltaram ao seu recorrente estado de total cegueira, surdez e mudez. Se calhar estão à espera da invasão do Haiti, propriamente dita. Esperemos então.

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