Paulo Rangel e a sua concertação social
O candidato à liderança do PSD, Paulo Rangel, após uma reunião com a CIP (Confederação “Impresarial” de Portugal) disse que “este Governo, nestes seis anos, e em particular nestes últimos dois, praticamente destruiu, ignorou a concertação social”. Disse ainda que “com o PSD no Governo, nós vamos reforçar a concertação social”.
Ora, parece óbvia a forma como Paulo Rangel pretende reforçar a concertação social, ou seja, reunindo com patrões. Até ao dia em que Paulo Rangel faça o mesmo com os representantes dos trabalhadores, estaremos todos muito bem esclarecidos nessa matéria.
Aliás, Paulo Rangel até deixou bem claro que pretende oferecer uma redução no IRC aos patrões – sim, aos patrões (porque é disso que se trata) e não às empresas – e ainda lhes acenou com os milhares de milhões que vão entrar, via PRR.
Já quando se trata de aumentar significativamente o salário mínimo, Paulo Rangel afina pelo diapasão do patronato – que novidade – desviando o assunto para o salário médio e para a indexação à produtividade.
Realmente, só mesmo mentes brilhantes como as dos patrões e as da malta da Direita, para engodar com esse embuste que é a subida do salário médio, quando nenhum deles está interessado em subir o salário mínimo.