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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Pedido de esclarecimento ao PCP (em nome do povo, pá)

Decorreu este fim-de-semana, em Almada, o XX Congresso do PCP. O mote foi “Democracia e Socialismo” – PCP com os trabalhadores e o povo (o povo, pá). Certo. Há que reconhecer que, não apenas o discurso, mas sobretudo as acções do PCP sempre circundaram estas ideias. O Partido Comunista Português sempre nos habituou aos pregões pelos direitos dos trabalhadores, pela defesa dos mais desprotegidos e a incansável luta pela melhoria das condições de vida de todos os portugueses, sustentando todo o seu discurso em dois pilares essenciais: a Liberdade e a Democracia.

 

Portanto, temos um PCP que não abdica de lutar com todas as suas forças pela defesa de valores como a Igualdade, a Justiça Social, a Liberdade e a Democracia.

 

Mas, em pleno século XXI, no seu XX Congresso, o PCP permite que altos representantes do MPLA (partido que detém o poder executivo em Angola, vai para quatro décadas) discursem na sua “reunião familiar”. Recordemos apenas alguns factos que caracterizam a Angola de hoje:

 

- 70% do povo (o povo, pá) vive com cerca de dois dólares por dia;

- Existe apenas 1 médico para cada 15 mil pessoas;

- Há falta de medicamentos (para o povo, pá);

- Faltam escolas; muitas escolas são improvisadas e sem as mínimas condições (falta de água, casas-de-banho, etc.);

- Acessibilidades terceiro-mundistas;

- O preço do cabaz básico de produtos é demasiado elevado para a maioria das pessoas (do povo, pá);

- É uma “democracia” com 37 anos de Eduardo dos Santos no poder;

- Graves problemas nas condições de habitabilidade; grande parte da população (do povo, pá) vive em bairros de lata;

- É um dos países com o maior índice de mortalidade infantil (senão mesmo o maior).

 

Há décadas que ouço o PCP vociferar contra tudo isto. No entanto, estenderam a passadeira vermelha a uma representante do MPLA, que discursou durante cerca de 5 minutos neste XX Congresso do PCP, onde lhe foi permitido negar todas estas evidências, apresentar uma série de balelas, fazer de Angola o país das maravilhas e ainda atacar todos os que ousam questionar a actuação do governo angolano. No final da sua intervenção, o PCP aplaudiu de pé, esquecendo, pelo menos por instantes, as miseráveis condições em que vive a maioria dos angolanos (o povo, pá).

 

Caros “camaradas” do PCP, há algo de muito errado aqui. Desejam esclarecer ou é para deixar passar, como se não tivesse acontecido?