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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Por qué no te callas, Costa?

O Primeiro-ministro, António Costa, tem vindo a protagonizar algumas das afirmações mais estúpidas, que ficarão registadas para sempre na memória política deste país.

Depois de defender e propor a obrigatoriedade do uso da aplicação StayAway Covid, Costa veio justificar-se dizendo que não aprecia ser autoritário. De facto, ele não gosta nada de impor a sua vontade, apenas aprecia que o obedeçam voluntariamente.

E quando se pensava que a idiotice não poderia atingir um novo recorde, eis que António Costa surpreende toda a gente ao afirmar que considera que é mais restritivo das liberdades o uso obrigatório da máscara, do que propriamente ter uma aplicação”. Foi ainda mais longe ao afirmar que se sente “limitado” com o uso da máscara. Imaginem como se sentirá o pessoal clínico e não clínico que trabalha no combate à pandemia, com todos aqueles equipamentos de protecção individual, escafandros e sei lá mais o quê. E que quando chegam a suas casas têm que se descalçar à entrada, trocar de roupa, higienizar-se de todas as formas possíveis e imaginárias, e evitar o contacto com os familiares com quem coabitam.

Ó senhor Primeiro-ministro, incomóda-lhe assim tanto usar a máscara? E acha mesmo que o uso obrigatório da máscara é mais restritivo? Não me diga que a máscara lhe faz comichão nos pêlos do nariz? Ou então, que lhe faz transpirar muito do lábio superior.

É óbvio que do ponto de vista da protecção dos direitos, liberdades e garantias, a obrigatoriedade do uso da aplicação é muitíssimo mais restritiva e transgressora. Um Primeiro-ministro - com formação jurídica - que não consegue perceber isto tem um grave problema em mãos, daqueles que não saem com álcool-gel.

É profundamente lamentável e incrivelmente patético que um Primeiro-ministro continue a insistir num assunto que não deveria sequer ser objecto de dúvida. Estabelecer um paralelismo entre a obrigatoriedade do uso da máscara e do uso da aplicação no combate à pandemia é a coisa mais ridícula que se ouviu nos últimos tempos. Desde logo, porque o uso da máscara configura a forma mais eficaz no combate à propagação do vírus, porque nem sempre é possível manter o distanciamento físico. Obviamente que se ficássemos todos confinados em nossas casas, essa seria a forma mais eficaz, mas isso só deve ocorrer quando não há outra alternativa. Já o uso da aplicação não tem impacto significativo na contenção da propagação do vírus.

Chega a ser assustador constatar que uma pessoa com tamanhas responsabilidades políticas ainda não tenha sido capaz de perceber que o uso da aplicação não tem qualquer preponderância no combate à pandemia. É absolutamente inócua.

Ainda mais assustador é verificar o tempo que um Primeiro-ministro perde com estas insignificâncias, quando o SNS continua a caminhar para as linhas vermelhas, quando os lares continuam a viver um pandemónio, as escolas a apresentar novos casos todos os dias (e ainda vamos ficar surpreendidos com a sonegação de informação que existe sobre os casos nas escolas e a falta de testes) e, como ainda constatei neste fim-de-semana, cafés e esplanadas a abarrotar de gente “sem máscara”. Suponho que estavam todos muito bem protegidos pela aplicação StayAway Covid.

O Primeiro-ministro, António Costa, não só parece ter tempo de sobra para se entreter com ridicularias, como ainda fomenta a resistência ao uso da máscara, quando afirma que é algo muito restritivo das liberdades e que o faz sentir muito incomodado. Ao comparar e misturar as duas situações – máscara e aplicação – que estão a léguas de distância no que concerne à sua importância no combate à pandemia, Costa está apenas a dar força a todos quantos se recusam a usar a máscara sempre e, pior que isso, a patrocinar o relaxamento e incumprimento das regras que realmente importam.

É caso para dizer: Por qué no te callas, Costa?