Que bem se está com a cabeça enfiada na areia
Depois das escandalosas respostas - ou da falta delas – dadas pelos responsáveis dos laboratórios Pfizer e Moderna, aquando da realização de comissões de inquérito, quer no Senado dos EUA, quer no Parlamento Europeu, agora foi a vez da Austrália.
À semelhança do que fizeram alguns políticos europeus e norte-americanos, também alguns senadores australianos confrontaram os responsáveis da Pfizer com as perguntas que todos, todos, todos os políticos de todos, todos, todos os países têm a obrigação de fazer, mas não fazem.
Uma vez mais, as respostas dadas pelos responsáveis da Pfizer foram um verdadeiro escândalo. Os dois responsáveis da Pfizer na Austrália – que pareciam dois tipos que tinham acabado de ser apanhados a roubar no supermercado – demonstraram não ser capazes de responder a questões extremamente básicas. Pareciam dois robôs a repetir a mesma resposta, a cada pergunta que lhes era colocada. Dois tipos que, ou não têm qualquer noção sobre o assunto que estão a falar, ou, ainda pior, a fazer de conta.
A esmagadora maioria das pessoas, nem sequer quer ouvir falar neste assunto. Bom, também é verdade que ninguém o leva aos seus ecrãs. E todos nós sabemos que a maioria das pessoas só quer saber daquilo que cirurgicamente lhe aparece nos ecrãs.
A confrontação com a realidade pode ser bastante dura e cruel. Pode significar o desmoronamento de um sistema de crenças alicerçadas na ignorância, ingenuidade e credulidade. O melhor mesmo é continuar com a cabeça enfiada na areia. É tão mais fresquinho.