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RAPIDINHA

Sempre a confundir a realidade com a ficção. A estratégia de "hollywoodização" nunca esteve tão agressiva. Tem resultado bem, junto da maioria da carneirada.

Roger Waters para totós (ou fanáticos por Bolsonaro)

roger waters.jpg

www.rogerwaters.com

Roger Waters está no Brasil para uma série de 8 concertos, sendo que 4 já aconteceram. Os primeiros 2 concertos foram em São Paulo, onde o artista foi vaiado por ter demonstrado ser contra a eleição de Bolsonaro para a presidência do Brasil.

Parece que algumas das pessoas presentes no espectáculo, afinal, não eram fãs do fundador da banda Pink Floyd, mas sim do candidato Jair Bolsonaro. Sim, porque a ideia de que é possível ser fã de ambos não é sequer concebível. Ainda que alguns fanáticos por Bolsonaro considerem que sim.

E o que dizem os fanáticos por Bolsonaro que foram assistir ao concerto do Roger Waters? Que o músico inglês não tem nada que fazer política nos seus espectáculos. Que Roger Waters não tem que manifestar a sua opinião sobre eleições de um país que não é o seu. E que deve limitar-se a tocar e cantar porque foi para isso que foi chamado.

Inacreditável não é? Não o facto de essas pessoas terem manifestado intolerância e falta de espírito democrático, mas sim o facto de demonstrarem que não fazem nenhuma ideia de quem é Roger Waters.

Vamos lá então explicar aos totós fanáticos por Bolsonaro, quem é Roger Waters.

Roger Waters é um músico, escritor, cantor, compositor e um dos fundadores da banda inglesa Pink Floyd. Waters é também um activista político, social e ambiental. As canções que escreveu, quer na era Pink Floyd quer a solo, os discos que editou, com a banda e a solo, bem como, e agora muita atenção, todos os seus espectáculos são momentos de activismo e não apenas de performance musical. Toda a actividade de Roger Waters é uma celebração da paz, da vida e do amor ao próximo. Ou seja, tudo aquilo que o fascismo não é.

Ir a um concerto do Roger Waters e esperar que ele não faça afirmações políticas é completamente estúpido, desde logo porque grande parte das suas canções o são. Parece que até estou a ver os “fanáticos por Bolsonaro” a cantarem todos contentitos a canção “Pigs (Three Different Ones)” e depois a vaiar o Roger Waters por apresentar um #EleNão no ecrã e fazer um pequeno discurso anti-fascista. Caros fanáticos por Bolsonaro, o tema “Pigs (Three Different Ones)” não é a história dos Três Porquinhos. A canção “Picture That” não é sobre tirar selfies. “Smell the Roses” não é sobre jardinagem. “Another Brick In The Wall” não é sobre o dia-a-dia de um pedreiro.

Pensando bem, não seria de esperar outra atitude por parte de quem apoia Bolsonaro.

Bolsominions, ha ha, charade you are!

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