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Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

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RAPIDINHA

Diz o gajo que proibiu o exercício da actividade política a vários partidos da oposição e que cancelou a realização de eleições no seu país.

Rui Rio, um homem às “centras”

Fomos habituados a escutar que Rui Rio é um homem honesto, o político das contas certas, um homem às direitas. Mas, afinal não. Rui Rio é um homem às centras, pelo menos é assim que ele agora se apresenta.

Rio diz que não é de direita nem de esquerda, diz que é do centro. Contudo, dois minutos depois já está a dizer “que tanto é de centro-direita como de centro-esquerda”. Portanto, Rio coloca-se ao centro por considerar que é o melhor posicionamento político, aliás, o único que lhe permitir gingar para a direita e contorcer-se para a esquerda sempre que lhe apetecer ou a maré assim o exigir. Ora, isto não é mais do que o comportamento típico de qualquer político de direita que sonha com o poder.

Já aqui tenho dito e volto a referir que, em política, o centro não existe. Quem se coloca ao dito “centro” está só a tentar enganar o eleitorado. E fá-lo consciente e estrategicamente, porque o passado demonstra que a falácia costuma dar frutos.

Vejam bem o quão insidioso é o discurso de Rui Rio. Ele sustenta que “para o PSD crescer tem que se encostar ao centro e não à direita” e acrescenta: “Temos de crescer onde estão os votos e os votos estão mais à esquerda, é um raciocínio elementar”.

Raciocínio elementar é concluir que a estratégia de Rui Rio não passa por apresentar as suas ideias, as suas convicções e esperar que o eleitorado concorde com a sua visão política para o país e vote nas suas propostas. Não. Rio não acredita que a política se faça desta forma arcaica. Rio está convicto que para alcançar o poder não basta defender ideias, é preciso mistificá-las, baralhá-las e, sobretudo, direccioná-las para todo o espectro político e, assim, colher votos de todos os lados. O líder do PSD, que ainda não foi reeleito, está desesperado em tentar conseguir o maior número de votos, venham eles de onde vierem. E não haveria nada de errado nisso, desde que o objectivo se cumprisse pela força das suas ideias e não por falsos posicionamentos ideológicos.

O discurso de um líder político deve ser assertivo e transparente, e deve, acima de tudo, não esconder nem mistificar posicionamentos ideológicos. Não é aceitável que um líder político diga que “há áreas da governação em que estou à esquerda e outras em que estou à direita”, isso é ludibriar o eleitorado. Para que isso pudesse fazer algum sentido, Rui Rio teria que justificar, medida a medida, quais as áreas em que considera estar à esquerda e quais a que considera estar à direita. Caso contrário, e pelo que pudemos constatar no seu Programa Eleitoral, bem como, no seu discurso habitual, Rui Rio é, sem dúvidas e sem surpresas, um político de direita que está no lugar certo, isto é, ao leme de um partido vincadamente de direita.

Ou eu estou muito enganado em relação à pessoa de Rui Rio, ou então é ele que está brutalmente enganado em relação à essência do partido que representa.