Se isto não é o fim da “NATO”…
A Organização Terrorista do Atlântico Norte está por um fio, mas ninguém parece estar muito interessado no assunto. O que é estranho, se considerarmos que nos últimos tempos não se ouvia outra coisa que não fosse cânticos e hossanas à “NATO”. Numa base quase diária, foram muitos os que apregoaram que a “NATO” estava cada vez mais forte e unida. Certamente todos se recordam da festarola que foi, aquando da entrada da Suécia e da Finlândia na organização terrorista.
Agora, vemos vários países da OTAN, incluindo – quase – toda a União Europeia a avisar os EUA (como se atrevem?), que tudo farão para defender as fronteiras europeias e a soberania dos seus estados-membros. Tem piada, não tem? A União Europeia – pela voz do sabujo Costa – a pôr-se em bicos de pés e a fazer de conta que têm alguma soberania face a Washington.
Claro que isto acontece na sequência de Donald Trump ter demonstrado interesse em “anexar” a Gronelândia, algo que a Primeira-ministra dinamarquesa não colocou de parte, notem bem, mesmo que agora venha fazer de conta que está muito incomodada. Mette Frederikson disse que “os EUA são o seu parceiro mais importante” – não a União Europeia – e que “os EUA serão muito bem-vindos no Árctico”. Se Trump e a oligarquia norte-americana quiserem "botar as manápulas" na Gronelândia, não terão qualquer problema em consegui-lo. E nem sequer necessitarão de o fazer pela força. O longo e fastidioso historial de colonização norte-americana na Europa assim o comprova.
Mas perante esta situação, a União Europeia e, sobretudo países como a França e a Alemanha, já vieram demonstrar muita irritação para com os seus amos em Washington, chegando mesmo a ameaçar de que estão prontos para enviar tropas para a Gronelândia. Para quê? Para defender a Gronelândia das garras de Washington, dizem eles. Hilariante.
Vejamos, se Trump decidir invadir a Gronelândia, estrará a atacar um território da OTAN, pelo que todos os estados-membros da OTAN têm a obrigação de defender o território atacado. Ou seja, os EUA – os atacantes – seriam obrigados a atacar eles próprios, que estariam na dupla posição de invasores e de estado-membro da OTAN, com obrigação de combater o invasor. Mesmo hilariante.
Isto vem demonstrar, uma vez mais, que não há nenhuma união, muito menos qualquer preocupação de defesa e manutenção da paz no seio da OTAN. A OTAN é aquilo que sempre foi – uma organização terrorista ao serviço do capitalismo de guerra. Apenas isso.
E é isto que acontece ao depravado capitalismo. Ou seja, chega-se a um ponto em que os capitalistas começam a canibalizar-se, porque a sede imperialista não tem fim, e a busca pelos lucros e pelo controlo sobre tudo e todos é infinita. Não é de admirar que os cães danados mais fortes comecem a canibalizar os mais fracos. É assim que funciona a máquina capitalista.
Mas, foi sempre assim. Não se percebe as razões pelas quais os fantoches-políticos europeus querem agora fazer crer que estão preocupados com isso. Ou melhor, até se entende. A popularidade dos políticos-fantoches está pela rua da amargura, os governos europeus estão todos a cair (com eu previ, devo dizê-lo), e a extrema-direita sem vergonha está a ganhar terreno à extrema-direita encapotada e disfarçada de “moderados do centro”, que até agora ocuparam o poder. Há ainda o facto de ser Trump o Presidente dos EUA, porque se se fosse Biden, Kamala, Obama ou Clinton, já estaria tudo bem. Mesmo com os mesmos estratagemas imperialistas. Aliás, como a história o comprova.
Se bem se lembram, a União Europeu sofreu em Setembro de 2022, o maior ataque terrorista de que alguma vez foi alvo – o ataque aos gasodutos Nord Stream. Tratou-se do maior ataque a uma infra-estrutura económica da União Europeia, sobretudo da Alemanha, que nunca mais se levantou e que vai arrastar a Europa para uma recessão. Tratou-se também de um dos maiores crimes ambientais de que há memória. E tratou-se da maior prova da total falta de soberania dos países da União Europeia (e que fazem parte da OTAN), face ao seu mestre em Washington.
Portanto, isto de termos os EUA a atacar supostos “aliados”, não é de agora. E não foi Trump, pois não? Aquilo que está a acontecer só vem demonstrar a mais sórdida das verdades, que sempre esteve à vista de todos quantos não embarcam em histórias da carochinha e não apreciam ser sodomizados, isto é, que a “NATO” não é nem nunca foi uma organização de defesa e paz, mas sim uma organização terrorista, que só serve para promover conflitos, guerras, a venda de armas e alimentar o pervertido capitalismo de guerra made in Washington. Não se esqueçam que, esta semana, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, esteve em Portugal para exigir ao governo português, que aumente - e muito - a contribuição nacional para incrementar o negócio das armas. Foi mesmo mais longe e disse que Portugal tem que cortar nas pensões e no investimento na saúde, para enviar mais dinheiro para as armas. Sim, foi isto que o mercador das armas veio fazer a Portugal. E quase ninguém estrebuchou.
Se isto não for o fim da “NATO”, então as sociedades ocidentais nunca estiveram tão perto do desvario total. E de pagar muito caro por isso.