Seguro tem medo!
Seguro ainda não percebeu que não lhe resta outra solução que não seja a convocação de eleições directas e congresso extraordinário. Prefere insistir e refugiar-se na ideia absurda de realizar eleições primárias, para que militantes e simpatizantes possam escolher o candidato do PS a primeiro-ministro. Esta solução é ainda mais disparatada pelo facto de poder vir a permitir que simpatizantes do partido tenham direito de voto.
Gostaria de perguntar ao secretário-geral do PS o que é um simpatizante do partido. Como se determina que o é? E como se lhe atesta a capacidade de voto? Importa salientar que um militante do partido só tem capacidade eleitoral, 6 meses depois de se tornar militante e, obviamente, com as quotas em dia.
Seguro também não percebe que o facto da maioria dos dirigentes federativos distritais estarem do seu lado, isso não significa que os militantes o apoiem. O presidente de uma dada federação distrital pode opinar por ele próprio, mas não representa os militantes adstritos a essa mesma federação.
Seguro diz que foi eleito para cumprir um mandato e que não se demite das suas funções. É caso para perguntar porque razão pensa de forma contrária em relação ao mandato do actual governo... Diz também que, com a solução apresentada, introduz uma inovação na democracia partidária... O que tem de democrático mudar as regras a meio do jogo? O que poderá ser mais democrático num partido do que as eleições directas? (1 militante, 1 voto).
Enfim... este tipo de posicionamento irresponsável que balança ao sabor da maré é uma característica muito comum em pseudo-políticos geralmente provenientes das juventudes partidárias, gente montada em objectivos pessoais e que não conseguem perceber que as instituições são muito maiores do que eles e de tudo aquilo que representam.
Seguro tem medo!
Medo de dar a palavra aos militantes. Para quem tem vindo a exigir que seja devolvida aos portugueses, a decisão de escolher um novo governo, não se percebe porque razão Seguro ainda não convocou eleições directas no Partido Socialista e respectivo congresso extraordinário, devolvendo a palavra aos militantes. Independentemente do vencedor, uma coisa seria certa, a liderança sairia reforçada.
Para quem ainda tinha dúvidas sobre a capacidade de liderança de António José Seguro, esta última semana foi bastante esclarecedora.