Um presidente, um governo, uma maioria
A situação política nacional que vigora há mais de três anos em Portugal concretiza o sonho de Sá Carneiro, que era ter um presidente colaborante, um governo por si liderado e uma maioria anuente. Não tenho a certeza se seria este cenário, o actual, que o fundador do PSD tinha em mente, mas a realidade teima em fazer justiça à sua célebre afirmação.
Esta terça-feira tivemos mais um brilhante exemplo disso mesmo, onde aquele a que vulgarmente chamam de Presidente da República, promulgou o diploma que viabiliza a privatização da TAP. Cavaco Silva, o seu PSD e o CDS sempre foram acérrimos defensores das privatizações, da delapidação do que é público e da total desintegração do Estado, pelo que a notícia não surpreende.
Eu diria que o diabólico tridente Cavaco-Passos-Portas está apenas a cumprir o sonho de um homem que, ironia das ironias, faleceu num acidente de avião e até dá nome a um aeroporto. Premonição? Karma?