Uma certa direita
Há por aí uma certa direita que, na realidade, sempre existiu e nunca conseguiu distanciar-se dos seus defeitos congénitos. No pós-25 de Abril, essa direita soube dissimular-se, transfigurar-se e encontrar o caminho para se manter viva até hoje.
Só que agora, essa especial e saudosista direita está pronta para se rebelar e revelar-se. A onda crescente de populismo que brota um pouco por todo o mundo, tem estimulado os genes mais rebeldes dessa direita suprimida e sufocada.
As eleições brasileiras foram o mote que encontraram para sair do armário, para, muito suavemente, deixar cair a máscara. Alguns soldados disciplinados dessa direita aproveitaram a vitória de Bolsonaro, para deixar transluzir algumas daquelas ideias bolorentas que embalam há décadas. Essa direita parece querer aproveitar a histeria do momento, com a esperança de que Portugal venha a ter um Bolsonaro.
No passado Domingo, alguns destacados políticos dessa franja, não conseguiu suster a enorme alegria com a vitória de Bolsonaro e só faltou sair até ao largo para largar o foguetório.
Essa direita anda por aí muito entusiasmada, mas ao mesmo tempo com medo que um qualquer se aventure a liderar um projecto que ela anda a chocar há anos.