Usam os doentes como “euros humanos”
Os problemas do Serviço Nacional de Saúde não são novidade para ninguém e todos já perceberam que isso resulta, em primeiro lugar, da má gestão que os sucessivos governos têm implementado no SNS.
No entanto, a situação tem-se agravado – e muito – nos últimos tempos, devido às greves, paralisação de serviços e recusa de atendimento aos doentes por parte dos médicos.
Portanto, o SNS está um caos e, bem à entrada da pior época do ano – aquela que mais pressão causa nos serviços -, os médicos decidem agravar ainda mais a situação e usar os doentes como “euros humanos”, porque pretendem aumentos salariais estratosféricos.
Os médicos – que são dos trabalhadores mais bem pagos no país - exigem um aumento salarial de 30%, exigem também a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, ainda exigem a realização de apenas 12 horas de trabalho no serviço de urgência e – vejam bem a cara de lata desta gente – ainda se atrevem a reclamar por mais férias (parece que os senhores doutores não têm dias de férias suficientes para descontar todos os vouchers que recebem da indústria farmacêutica).
Um conjunto de exigências incompatíveis com as necessidades do SNS e incomportáveis para o Estado. Além disso, como raio é que se poderia melhorar o atendimento aos doentes no SNS, com a redução do horário de trabalho e com o aumento do tempo de férias?
O comportamento dos médicos – ou de uma grande parte deles – é inadmissível e não se coaduna com a realidade do país, nomeadamente, com as condições de vida da esmagadora maioria dos trabalhadores e pensionistas portugueses. Os médicos revelam uma desavergonhada falta de solidariedade, uma manifesta falta de competências humanas, essenciais para o exercício das suas funções e um repulsivo atrevimento por estarem a usar os doentes como “euros humanos”.