Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

Contrário

oposto | discordante | inverso | reverso | avesso | antagónico | contra | vice-versa

RAPIDINHA

Trump deporta imigrantes, porque considera que as pessoas devem viver na sua terra, no seu país de origem, com excepção do povo palestiniano, que deve ser expulso do seu próprio país e entregá-lo aos "nazionistas".

Zelensky é tudo menos herói

nazis3.jpg

O Presidente da República endereçou um convite ao senhor Volodymyr Zelensky para este discursar na Assembleia da República (a pedido desta), algo que o senhor Zelensky já aceitou e marcou na sua agenda de propaganda.

Convém referir que o PCP não votou favoravelmente à intenção da AR convidar o senhor Zelensky a discursar. O mundo actual é tão previsível, que logo se percebeu que todos iriam cair em cima do PCP por causa desta posição. É assim o mundo em que vivemos, quem não alinhar nas carneiradas é imediatamente tornado num alvo a abater. O mundo actual não permite visões diferentes, todos temos que ser autómatos e agir como tal.

A posição do PCP é perfeitamente aceitável e só peca por ser bastante contida, no que respeita às razões que apresentaram para não votar favoravelmente.

Há quem diga que a posição do PCP é inaceitável, porque aquilo que está em causa neste convite é demonstrar de que lado se está nesta guerra – do lado do invasor ou do lado do invadido. Este é o argumento dos autómatos, mas não é isso que está em causa. Aquilo que está aqui claramente em causa é a instrumentalização da Assembleia da República na escalada da guerra. Nada mais. Com este convite, a Assembleia da República será apenas mais um fórum, mais um palco para a actuação do senhor Zelensky, que não tem nada de santo, nem de herói, muito pelo contrário.

E o que é mais espantoso é verificar que a esmagadora maioria das pessoas não faz a mínima ideia de quem é o senhor Zelensky.

Vejamos, Zelensky é um presidente que não apenas não se limitou a dar a mão aos ultranacionalistas neonazis, como ainda ficou refém deles, deixando uma larga fatia do povo ucraniano à mercê das atrocidades desses torcionários. Eu não sei se ele se submete de livre vontade ao poder dos nazistas do Batalhão de Azov ou se o faz por temer pela sua vida e a dos seus. O que é facto é que Zelensky resume-se a isto, a uma de duas coisas: ou se trata de um cobarde que se deixou comandar pelas forças nazistas ucranianas, ou então é um Presidente que morre de medo e que vive ameaçado por aqueles aos quais não consegue fazer frente – aqueles que ele próprio caracterizou da seguinte maneira: “eles [os neonazis] são assim, são o que são”. Portanto, Zelensky é isto e só isto. Não poderia estar mais longe de ser o herói que muita gente julga que ele é.

Só por esta razão, o seu nome NUNCA deveria sequer ter sido colocado como hipótese de ser convidado para discursar na casa da Democracia.

O "democrata" Zelensky baniu três estações de televisão, porque não eram do seu agrado. E proibiu a actividade política a 11 partidos – todos de Esquerda, por curiosidade.

Na Ucrânia é proibido falar da ex-União Soviética e da forma como ela combateu e venceu o nazismo alemão. Quem o fizer publicamente arrisca-se a pena de prisão. Recordemos que a Ucrânia integrou a ex-União Soviética, mas parece que não se orgulha muito com o facto de ter contribuído para a eliminação do nazismo alemão. Estarão até arrependidos.

A Ucrânia do senhor Zelensky está muito longe de representar o sistema democrático, liberal e progressista. Muito pelo contrário. E um dos principais desígnios do senhor Zelensky é tornar a Ucrânia num estado policial, tendo como modelo aquilo que é Israel – esse exemplo de Democracia e de respeito pelos Direitos Humanos.

O senhor Zelensky é também um presidente sempre muito bem acompanhado, já que conta com o apoio constante do senhor Igor Kolomoisky (um oligarca ucraniano), que só por coincidência é um dos maiores financiadores do Batalhão de Azov. Meras coincidências.

O Batalhão de Azov é o maior hub cultural para o movimento fascista internacional. O senhor Zelensky sabe disso, não faz nada para o impedir e ainda integrou estas milícias de nazistas na estrutura do Estado: no Exército e nas polícias. Assim, os neonazistas controlam as forças de segurança da Ucrânia e são um Estado dentro do Estado.

Há pelo menos oito anos que na região de Donbass, milhares de ucranianos (que o senhor Zelensky considera serem de uma casta inferior) vivem em abrigos, crianças que não frequentam a escola, que poucas vezes podem sequer sair dos abrigos e muitos milhares de outras tantas pessoas que perderam as suas vidas às mãos dos nazistas que o senhor Zelensky acoberta na estrutura do “seu” Estado.

Esta guerra não começou em Fevereiro de 2022, começou há muitos anos e já ceifou a vida a cerca de 14 mil pessoas.

Em suma, aqueles que criticam a posição do PCP, alegando que estão a defender o regime de Putin que, por sua vez, não passa de um regime de oligarcas, de extrema-direita, de assassinos e ditadores, só demonstram a sua profunda ignorância ou perfídia. Primeiro, porque o que está aqui em questão não é aquilo que representa o senhor Putin – que pode até ser tudo o que dizem dele -, o que está em causa é quem é o senhor Zelensky e aquilo que ele realmente representa. Que se saiba, o convite foi dirigido ao Presidente ucraniano e não a Putin. Ou seja, quando se convida um chefe de Estado para discursar na Assembleia da República deve-se ter em conta quem é essa pessoa e não outra qualquer. Deve-se fazê-lo considerando aquilo que essa pessoa representa por si só e não os seus inimigos de estimação, porque isso é instrumentalizar a Assembleia da República e contribuir para a escalada do conflito, como referiu o PCP. Segundo, imputar todas as acusações, atrás referidas, ao senhor Putin sem fazer o mesmo em relação ao senhor Zelensky, só pode vir de alguém que não conhece nada daquilo que se passou na Ucrânia nos últimos oito anos, período em que Zelensky presidiu a quase metade do tempo.

E assim, o “herói” Zelensky – que permite a matança de cidadãos ucranianos no leste da Ucrânia - vai entrar, ainda que virtualmente, na Assembleia da República e fazer o seu habitual número de stand up. E aposto que no final, os pategos que o convidaram ainda o vão aplaudir de pé, porque é assim que vem descrito no guião de propaganda made in USA.

Só para terminar, sugiro à Assembleia da República que aproveite a presença do senhor Zelensky, para realizar uma Comissão de Inquérito sobre os Pandora Papers. O “herói” Zelensky  deve ter muito a dizer sobre esse assunto.

7 comentários

Comentar post