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RAPIDINHA

E se por acaso se vier a verificar a violação das regras de privacidade europeias, a questão resolve-se de forma muito simples: ALTERAM-SE AS LEIS.

Zelensky é tudo menos herói

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O Presidente da República endereçou um convite ao senhor Volodymyr Zelensky para este discursar na Assembleia da República (a pedido desta), algo que o senhor Zelensky já aceitou e marcou na sua agenda de propaganda.

Convém referir que o PCP não votou favoravelmente à intenção da AR convidar o senhor Zelensky a discursar. O mundo actual é tão previsível, que logo se percebeu que todos iriam cair em cima do PCP por causa desta posição. É assim o mundo em que vivemos, quem não alinhar nas carneiradas é imediatamente tornado num alvo a abater. O mundo actual não permite visões diferentes, todos temos que ser autómatos e agir como tal.

A posição do PCP é perfeitamente aceitável e só peca por ser bastante contida, no que respeita às razões que apresentaram para não votar favoravelmente.

Há quem diga que a posição do PCP é inaceitável, porque aquilo que está em causa neste convite é demonstrar de que lado se está nesta guerra – do lado do invasor ou do lado do invadido. Este é o argumento dos autómatos, mas não é isso que está em causa. Aquilo que está aqui claramente em causa é a instrumentalização da Assembleia da República na escalada da guerra. Nada mais. Com este convite, a Assembleia da República será apenas mais um fórum, mais um palco para a actuação do senhor Zelensky, que não tem nada de santo, nem de herói, muito pelo contrário.

E o que é mais espantoso é verificar que a esmagadora maioria das pessoas não faz a mínima ideia de quem é o senhor Zelensky.

Vejamos, Zelensky é um presidente que não apenas não se limitou a dar a mão aos ultranacionalistas neonazis, como ainda ficou refém deles, deixando uma larga fatia do povo ucraniano à mercê das atrocidades desses torcionários. Eu não sei se ele se submete de livre vontade ao poder dos nazistas do Batalhão de Azov ou se o faz por temer pela sua vida e a dos seus. O que é facto é que Zelensky resume-se a isto, a uma de duas coisas: ou se trata de um cobarde que se deixou comandar pelas forças nazistas ucranianas, ou então é um Presidente que morre de medo e que vive ameaçado por aqueles aos quais não consegue fazer frente – aqueles que ele próprio caracterizou da seguinte maneira: “eles [os neonazis] são assim, são o que são”. Portanto, Zelensky é isto e só isto. Não poderia estar mais longe de ser o herói que muita gente julga que ele é.

Só por esta razão, o seu nome NUNCA deveria sequer ter sido colocado como hipótese de ser convidado para discursar na casa da Democracia.

O "democrata" Zelensky baniu três estações de televisão, porque não eram do seu agrado. E proibiu a actividade política a 11 partidos – todos de Esquerda, por curiosidade.

Na Ucrânia é proibido falar da ex-União Soviética e da forma como ela combateu e venceu o nazismo alemão. Quem o fizer publicamente arrisca-se a pena de prisão. Recordemos que a Ucrânia integrou a ex-União Soviética, mas parece que não se orgulha muito com o facto de ter contribuído para a eliminação do nazismo alemão. Estarão até arrependidos.

A Ucrânia do senhor Zelensky está muito longe de representar o sistema democrático, liberal e progressista. Muito pelo contrário. E um dos principais desígnios do senhor Zelensky é tornar a Ucrânia num estado policial, tendo como modelo aquilo que é Israel – esse exemplo de Democracia e de respeito pelos Direitos Humanos.

O senhor Zelensky é também um presidente sempre muito bem acompanhado, já que conta com o apoio constante do senhor Igor Kolomoisky (um oligarca ucraniano), que só por coincidência é um dos maiores financiadores do Batalhão de Azov. Meras coincidências.

O Batalhão de Azov é o maior hub cultural para o movimento fascista internacional. O senhor Zelensky sabe disso, não faz nada para o impedir e ainda integrou estas milícias de nazistas na estrutura do Estado: no Exército e nas polícias. Assim, os neonazistas controlam as forças de segurança da Ucrânia e são um Estado dentro do Estado.

Há pelo menos oito anos que na região de Donbass, milhares de ucranianos (que o senhor Zelensky considera serem de uma casta inferior) vivem em abrigos, crianças que não frequentam a escola, que poucas vezes podem sequer sair dos abrigos e muitos milhares de outras tantas pessoas que perderam as suas vidas às mãos dos nazistas que o senhor Zelensky acoberta na estrutura do “seu” Estado.

Esta guerra não começou em Fevereiro de 2022, começou há muitos anos e já ceifou a vida a cerca de 14 mil pessoas.

Em suma, aqueles que criticam a posição do PCP, alegando que estão a defender o regime de Putin que, por sua vez, não passa de um regime de oligarcas, de extrema-direita, de assassinos e ditadores, só demonstram a sua profunda ignorância ou perfídia. Primeiro, porque o que está aqui em questão não é aquilo que representa o senhor Putin – que pode até ser tudo o que dizem dele -, o que está em causa é quem é o senhor Zelensky e aquilo que ele realmente representa. Que se saiba, o convite foi dirigido ao Presidente ucraniano e não a Putin. Ou seja, quando se convida um chefe de Estado para discursar na Assembleia da República deve-se ter em conta quem é essa pessoa e não outra qualquer. Deve-se fazê-lo considerando aquilo que essa pessoa representa por si só e não os seus inimigos de estimação, porque isso é instrumentalizar a Assembleia da República e contribuir para a escalada do conflito, como referiu o PCP. Segundo, imputar todas as acusações, atrás referidas, ao senhor Putin sem fazer o mesmo em relação ao senhor Zelensky, só pode vir de alguém que não conhece nada daquilo que se passou na Ucrânia nos últimos oito anos, período em que Zelensky presidiu a quase metade do tempo.

E assim, o “herói” Zelensky – que permite a matança de cidadãos ucranianos no leste da Ucrânia - vai entrar, ainda que virtualmente, na Assembleia da República e fazer o seu habitual número de stand up. E aposto que no final, os pategos que o convidaram ainda o vão aplaudir de pé, porque é assim que vem descrito no guião de propaganda made in USA.

Só para terminar, sugiro à Assembleia da República que aproveite a presença do senhor Zelensky, para realizar uma Comissão de Inquérito sobre os Pandora Papers. O “herói” Zelensky  deve ter muito a dizer sobre esse assunto.

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